Comentários sobre as obras de Odette de Barros Mott
Justino, o retirante, Odete de Barros Mott Lúcia Helena Gaspareti http://www.alb.com.br/apoioprof/aprecia/004mott_justino.asp
“No romance "Justino, o retirante", Odette de Barros Mott conta a história de um menino de doze anos, órfão e muito pobre, que abandona sua vida miserável no sertão nordestino e parte em busca de dias melhores. Ansioso por mudanças, o menino segue descalço com seu cão Pitó e um papagaio que fica na estrada, e leva uma pequena trouxa contendo uma par de sandálias, presente de seu pai, leva ainda, um lasco de jabá, e um pequeno pedaço de rapadura. Mais a frente, junta-se a um pequeno grupo de retirantes.A caminhada é dura, pois a sede, a fome e o choro das crianças que pedem comida são seus companheiros constantes. No percurso, o menino recorda o passado, pensa na vida, no pai, um homem de feições endurecidas pela miséria, herança recebida dos antepassados.Justino conhece o Chico Cego, violeiro e cantador que tira o seu sustento das esmolas recebidas dos corações caridosos. Os retirantes chegam a uma vila, e encaminham-se para os albergues em busca de comida, água e tratamento, tudo financiado pelo governo. Mas Chico Cego, Justino e Pitó preferem a feira da vila, nela há a festa da padroeira; há feiras, e trabalho, e Chico anima-se a tocar e cantar suas modinhas. À tardinha, procuram uma ponte para abrigo, alojam-se para o merecido descanso. A amizade entre os três vai crescendo e, logo tornam-se como uma família. Chico Cego não esconde o carinho que sente por Justino e o seu cão. O menino, por não conhecer dinheiro é enganado e roubado, pondo-se a chorar recebe, então, ajuda de dona Severina, que se sensibiliza com a situação do menino e faz o possível para ajudá-lo. Contrata-o para pequenos serviços, ensina-o a contar, a negociar na feira; em troca o menino recebe: dinheiro, comida e carinho. Dona Severina não se conforma que Justino durma embaixo da ponte, e oferece-lhe moradia. O cego recusa a oferta e parte em busca de um Beato, um homem santo, na ilusão de ficar curado de sua cegueira, deixando Justino com a dona da pensão. Justino demonstra interesse em aprender a ler, dona Severina o coloca na escola, mas na vila não há ginásio e a senhora, com pretexto de ajudar seu irmão, muda-se com menino para a cidade de São João de Caridé.O garoto conhece um sociólogo, que o incentiva com os estudos, empresta-lhe livros e lhe orienta sobre a gente sofrida daquela região.Deslumbrado com as coisas que aprende na escola, Justino quer ser médico para ajudar sua gente; ele traz consigo o conhecimento, mas é necessário aperfeiçoá-lo para que faça melhor. Seus esforços são recompensados, e é escolhido por seus companheiros para ser o orador da sua turma para grande orgulho de dona Severina que chora, emocionada.”
Eu gostei desta obra, me emocionei muito com a dura realidade que o retirante nordestino vive. Recomendo o livro para que as pessoas possam conhecer melhor essa triste realidade brasileira.
MOTT, Odete de Barros. Justino, o retirante. (31ª ed) São Paulo: Atual, 1995. 140 páginas . Copyright ©2006, by ALB/Campinas, SP, Brasil
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A Amazônia, um livroAramis Millarch http://www.millarch.org/ler.php?id=1382607/06/1974 Jornal O Estado do Paraná
“A Transamazônica também começa a ter sua literatura específica: a professora Odette de Barros Mott, autora de 18 livros infantis, publicou pela Editora Brasiliense, com execução técnica da Grafipar, de Curitiba, "A Transa-Amazônica", já em segunda edição. Em "A Transa-Amazônica", a autora prossegue uma nova fase de literatura infanto-juvenil, iniciada com "Justino, o Retirante": estórias voltadas aos problemas reais, concretos do povo brasileiro, numa linguagem simples destinada a atingir os adolescentes (o livro sai na coleção "Jovens de todo mundo"), dando informações sobre uma realidade muito recente - a conquista do Norte brasileiro, contando a aventura de Osório e sua família deixando o vale do São Francisco e se integrando na colonização da Amazônia.”
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O CAMINHO DAS ÁGUAS : Estereótipos de Personagens Negras por Escritoras Brancas de Edith Silveira Pompeu Piza - ISBN: 8531404363 Formato: 14x21 cm Nº de Páginas: 216 pp.
Este estudo de Edith Piza procura lançar luz sobre questões como o feminino e a criação artística. Nele, a autora reflete sobre o significado das personagens negras criadas pelas escritoras Odette de Barros Mott, Lucília Junqueira de Almeida Prado, Giselda Laporta Nicolelis e Mirna Pinsky. A personagem feminina negra, construída a partir do estereótipo da mulata sensual, é vista pelo prisma da construção da identidade profissional das quatro escritoras que escrevem para jovens. A autora analisa o processo de criação e a trajetória profissional delas, retirando o estereótipo de sua imobilidade, acompanhando suas transformações em metáforas e símbolos do prazer de criar, da conquista de novos modos de ser e pensar o mundo que as mulheres escritoras experimentam, em momentos específicos de suas vidas profissionais.